16 de abr. de 2009

A Cruz e a Evangelização

O "homem" o ser que olha para cima, tornou-se criatura em crise, quando perdeu o caminho. Esta trágica experiência aconteceu quando "o que olha para cima" desviou-se do caminho da vida e tornou-se "o que olha para baixo", ou "o que olha para dentro". Desviou-se do "caminho da vida" para o caminho "caminho da morte". Deixando a luz, enveredou-se para as trevas. Deixando o centro, tornou-se excêntrico. Não é de se admirar que o relato divinamente inspirado o descreva nesse estado como "perdido".
I) APÓS A QUEDA O HOMEM VIVE EM MEIO A IMPULSO CONFLITANTES
1. O impulso ascendente em direção ao ideal original.
2. O impulso descendente em direção à existência mesquinha, à escravidão da vida sensual;
3. O impulso para dentro em relação aos seus próprios desejos, sentimentos e ambições.
4. Foi em meio a essas contradições da vida que Deus, em Cristo, apareceu. Pois o Homem se destruía e, meio a tais conflitos. Então, Deus num ato de amor e sacrifício, tomou a si a responsabilidade do resgate. "Deus estava em Cristo reconciliando o mundo", diz Paulo (2 Co. 5.19).
II) A CRUZ DE CRISTO SE TRANSFORMOU NA PODEROSA SALVAÇÃO DE DEUS PARA NÓS PECADORES
Na cruz, Jesus com os braços estendidos como num tremendo abraço, apoderou-se de nossa vidas em ruínas e, por seu poderoso ato de amor, condenou a hostilidade da morte, libertando os cativos.
1. A cruz se transformou na poderosa salvação de Deus aos homens:
(1) Pela sua origem (Gl. 4.4,5). Pondo cobro em nosso desespero de querermos alcançar a Deus através de nossos fúteis esforços humanos para parecermos bons, apontando o novo e revitalizante caminho à comunhão com Deus.
(2) Pela profundidade do seu alcance- indo além das nossas próprias raízes da nossa depravação e perdição, destarte lidando com as nossas necessidades mais profundas da dilapidação moral, e livrando os coxos.
(3) Pela sua penetração interna - substituindo o nosso centro incorreto, em razão do qual nos tornamos egocêntricos, pelo centro correto - Jesus Cristo - que nos torna cristocêntricos, e nos livra da nossa fragmentação interna. A cruz propicia integridade interna .
(4) Pelo seu alcance externo - removendo os elementos conflitantes de nossas relações com os companheiros e com o mundo como um todo.
Eis, portanto, a centralidade, a esfericidade, a crucialidade da Cruz (o amor sacrificial de Deus em Cristo) na partilha das Boas Novas com o mundo (Evangelização) que ele mesmo criou.
III) A CRUZ NO APECTO PRÁTICO DA EVANGELIZAÇÃO
1. A cruz é a mensagem da evangelização. Não existe fé cristã sem cruz. O cristianismo nasceu na cruz. Foi o amor na Cruz do Calvário que rompeu todas as barreiras do orgulho cultural, nacional, racial e intelectual, as quais sufocam as aspirações religiosas com polarizações humanísticas (antropocêntricas).
(1) A Cruz destaca a desesperada necessidade moral do homem.
(2) A Cruz destaca a seriedade com que Deus tratou nossos pecados.
2. A Cruz é a forma motivadora da evangelização. É pela luz da Cruz que as escamas caem de nossos olhos, e começamos a enxergar a maravilha do seu incrível amor de redenção, e a completa desgraça de nossa pecaminosidade.
3. A Cruz é a inspiração da evangelização. A Cruz é a carne, os ossos e a batida de coração da evangelização. Se desviar-se dessa pulsação vital, o que restará da evangelização será, inevitavelmente, um exercício estéril de declarações de fé, todas habilmente elaboradas mas sem vida, e destituídas de poder para curar vidas e relações rompidas.
4. A Cruz o preço da evangelização. De acordo com o relato bíblico, as Boas Novas se converteram em realidade viva e prática para nós, homens, quando aquele que era igual a seu pai "esvaziou-se" de toda glória, a fim de vir partilhar nossa humanidade. "O poder regenerador do perdão depende do seu preço". (James Denney)
5. A Cruz é a força de unificação da evangelização. Somente através da visão constrangedora do Cristo crucificado, pode a igreja cristã arrepender-se das desafortunadas e enfraquecedoras divisões e divisibilidade de suas fileiras, do desperdício de sua força humana e da corrosiva dispersão de seus materiais. É preciso ter uma visão nova das palavras de nosso Senhor: "Aquele que poupa perde" mas "o que abre mão ganha". (Rm. 8.32)
6. A Cruz é a força atrativa da evangelização. É o próprio Senhor Jesus quem atraiu a atenção de seus discípulos perplexos, ao fim de seu ministério físico, como está registrado no Evangelho de João (JO. 12.32): "...e eu, quando for levantado na terra (cruz), atrairei todos a mim mesmo".
Não foi por acaso que Paulo disse: "Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo".

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